Salomão Benchaya chegou a Porto Alegre em novembro de 1974, logo se vinculando à S.E. Luz e Caridade – hoje CCEPA –, então presidida por Maurice Herbert Jones (1929-2021). Presidiu a SELC/CCEPA por seis mandatos e, em várias ocasiões, foi seu vice-presidente. Numa condição ou noutra, sempre atuou mais intensamente nas áreas de estudo, de intercâmbio cultural e de realização de eventos.
Oriundo de Belém do Pará, tornou-se espírita aos 17 anos quando ingressou (1963) na juventude da União Espírita Paraense (UEP) onde organizou a 1ª Confraternização das Mocidades e Juventudes Espíritas do Pará (1966). Em 1964, participou da fundação do Grupo Espírita “Vinha de Luz”, obra social criada por Mário da Costa Barbosa no bairro do Guamá, na periferia de Belém, onde atuou como Secretário até 1974. De 1970 a 1974, foi vice-presidente da UEP, quando se transferiu para a capital gaúcha, como funcionário do Banco da Amazônia (BASA). Tendo sido transferido para a agência do BASA, em Manaus-AM, em 1976, ali, juntamente com sua esposa Maria de Fátima Canellas Benchaya, atuou no Departamento de Infância e Juventude da Federação Espírita Amazonense, sendo nomeado Diretor do seu Departamento Doutrinário em 1978 quando retornou a Porto Alegre.
Maurice Herbert Jones havia sido eleito presidente da FERGS, em 1978, e convidou Benchaya para assumir o Departamento Doutrinário daquela federativa, o qual dirigiu até 1987. Em julho de 1978, o Conselho Deliberativo da FERGS lançava a Campanha de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – o ESDE – que Benchaya havia elaborado com sua equipe do Departamento Doutrinário. De 1980 a 1983, foi vice-presidente da FERGS e seu presidente de 1984 a 1987. Em 1986, a questão religiosa levantada pelo lançamento de um número da revista A Reencarnação, da FERGS, então dirigida por Milton Medran Moreira, redundou na derrota eleitoral da chapa Medran/Benchaya, que concorria à direção daquela federativa, em 1987. Com isso, encerrou-se a presença da SELC na federativa estadual gaúcha.
Na SELC, transformada em Centro Cultural Espírita de Porto Alegre (CCEPA) em 20.09.91, participa ativamente, com Maurice Jones, Milton Medran Moreira, Rui Nazário de Oliveira, Donarson Floriano Machado e outros companheiros e companheiras, de mudanças no posicionamento filosófico da casa que a distanciaram, definitivamente, do modelo religioso do espiritismo brasileiro. Durante sua gestão, como presidente do CCEPA, ocorreram fatos expressivos, como a adesão à CEPA-Confederação Espírita Pan-Americana, a criação dos Cursos Básicos de Espiritismo, o lançamento do jornal OPINIÃO, a implantação do Estudo Problematizador, a elaboração da Carta de Princípios do CCEPA, a realização do Encontro Estadual do Pensamento Espírita, do IV Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, do I Simpósio Gaúcho do Pensamento Espírita e a exclusão do CCEPA do quadro federativo da FERGS.
Em 1996, é nomeado delegado especial da CEPA e encarregado de presidir a organização do XVIII Congresso daquela confederação, em Porto Alegre, em outubro/2000. A partir desse ano, é nomeado Secretário Geral da CEPA-Confederação Espírita Panamericana, na gestão de Milton Medran Moreira (2000-2008). Durante a gestão da Dra. Jacira Jacinto da Silva na presidência da CEPA-Associação Espírita Internacional (2016-2024), exerceu as funções de Secretário Adjunto e de Diretor Administrativo.
É, também, organizador dos livros “A CEPA e a atualização do Espiritismo” e “Espiritismo: O pensamento atual da CEPA”, autor do livro “Da Religião Espírita ao Laicismo: a trajetória do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre”, publicados pelo CCEPA, e “O espiritismo na perspectiva laica e livre-pensadora”, da Coleção Livre-Pensar, da CEPA, este em parceria com Milton Medran Moreira. Atualmente, como Assessor de Relações com o Movimento Espírita, da CEPABrasil, na gestão de Ricardo de Morais Nunes, coordena a organização do VI Encontro Nacional da CEPABrasil e participa de um projeto de articulação nacional do campo espírita progressista.
Em 14/11, Benchaya postou a seguinte mensagem nos grupos internos do CCEPA, respondida com diversas e carinhosas manifestações dos amigos:
“Amigos,
Quero compartilhar com vocês a alegria de completar, neste mês de novembro, 50 anos de casa. Em 1974, eu, Fátima e Marcelo chegávamos ao Rio Grande do Sul por curiosas razões.
Logo nos vinculamos à SELC e, desde então, tenho desfrutado de renovadas oportunidades de crescimento no convívio com tantas almas enobrecidas pela dedicação, pela inteligência, pelo pioneirismo das ideias que marcam esta quase nonagenária instituição.
A todos os amigos, muitos habitando as dimensões do Espírito e, especialmente a vocês com quem partilho constantes aprendizados, o meu muito obrigado!”