
A Inteligência Artificial (IA) e o Espiritismo são dois campos aparentemente distintos, mas que podem ser analisados sob uma perspectiva complementar. A IA, que abrange desde algoritmos de aprendizado de máquina até sistemas avançados de processamento de linguagem natural, é uma área da ciência e tecnologia que busca criar máquinas capazes de executar tarefas que requerem inteligência humana. O Espiritismo, por sua vez, é uma doutrina filosófica e espiritual baseada nos ensinamentos codificados por Allan Kardec no século XIX, que explora a existência e a natureza dos espíritos, a vida após a morte e a reencarnação.
Inteligência Artificial: conceitos e aplicações
A IA tem revolucionado diversos setores, desde a medicina até a indústria automotiva. Com algoritmos cada vez mais sofisticados, sistemas de IA são capazes de analisar grandes volumes de dados, reconhecer padrões e tomar decisões com uma precisão crescente. Tecnologias como redes neurais artificiais e aprendizado profundo (deep learning) são exemplos de como a IA pode simular aspectos do pensamento humano, aprendendo com dados passados para prever resultados futuros.
Espiritismo: fundamentos e práticas
O Espiritismo, conforme proposto por Allan Kardec, é baseado em cinco obras fundamentais, conhecidas como “O Pentateuco Espírita”: “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns”, “O Evangelho segundo o Espiritismo”, “O Céu e o Inferno” e “A Gênese”. A doutrina espírita propõe que os Espíritos são seres imortais que evoluem através de múltiplas encarnações, sempre em busca de aperfeiçoamento moral e intelectual. As práticas espíritas incluem o estudo das obras de Kardec, a prática da caridade e o desenvolvimento mediúnico.
Pontos de conexão
Embora a IA e o Espiritismo operem em esferas distintas — uma na tecnologia e outra na espiritualidade –, é interessante explorar como esses campos podem se complementar em alguns aspectos:
1. Busca pelo conhecimento: tanto a IA quanto o Espiritismo buscam entender melhor o mundo e a existência. A IA faz isso através da análise de dados e da criação de modelos preditivos, enquanto o Espiritismo busca compreender a natureza da alma e a vida após a morte.
2. Evolução e aprendizado: a evolução é um conceito central no Espiritismo, que acredita na progressão contínua dos Espíritos através das encarnações. De forma análoga, os sistemas de IA evoluem através do aprendizado contínuo, melhorando seu desempenho à medida que são expostos a mais dados.
3. Ética e moralidade: o Espiritismo enfatiza a importância da ética e da moralidade no desenvolvimento espiritual. No campo da IA, a ética também é uma preocupação crescente, com debates sobre o uso responsável da tecnologia, a privacidade e o impacto das decisões automatizadas na sociedade.
Reflexões finais
A interação entre a IA e o Espiritismo pode ser vista como um convite à reflexão sobre a interseção entre tecnologia e espiritualidade. Enquanto a IA nos permite expandir as fronteiras do conhecimento humano através de avanços tecnológicos, o Espiritismo nos lembra da importância de buscar um desenvolvimento equilibrado, que inclua não apenas o progresso material, mas também o aperfeiçoamento moral e espiritual. Dessa forma, ambos os campos podem contribuir para uma visão mais holística e integrada da existência humana.
— — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — —
Para você que chegou até esse ponto do texto, eu te aviso: todo o conteúdo acima foi escrito pelo ChatGPT. Para obter esse resultado, eu digitei o seguinte comando: Escreva um texto sobre Inteligência Artificial e Espiritismo. Experimente fazer o mesmo, usando também outros programas geradores de texto, ou dar algum comando parecido, e compare o resultado. Se eu não avisasse, você saberia identificar essa origem computacional do artigo? Como você avalia a qualidade do texto produzido?
Essa pequena situação é uma amostra do poder dessas novas ferramentas e nos abre perspectivas e dúvidas sobre os impactos que já estão causando em nossas vidas. A IA está presente e já se faz atuante em muitas áreas, a saber: na edição de vídeos e imagens; nos algoritmos de recomendação; nas propagandas direcionadas nas mídias sociais; em softwares de reconhecimento facial e de voz, de análise de seguros e de seleção de candidatos para empregos; em veículos autônomos; em chatbots (como Alexa e Siri); na escrita de artigos científicos etc.
Existem várias definições para IA. Uma delas menciona que IA é uma área multidisciplinar que busca gerar sistemas com capacidades capazes de realizar tarefas que, tradicionalmente, exigiriam funções cognitivas humanas. Essas tarefas incluem coisas tais como reconhecer padrões, tomar decisões, aprender com experiências e até entender linguagem natural. Em outras palavras, a IA tenta “ensinar” máquinas a pensar e agir como humanos.
A IA busca criar máquinas e softwares que imitam aspectos da inteligência humana, é a utilização de computadores e máquinas para imitar a capacidade de resolução de problemas e tomada de decisão da mente humana. São notáveis os avanços nesse campo de estudo multidisciplinar dos Sistemas Computacionais (SC), cujos teóricos discutem duas vertentes filosóficas:
IA forte — postula que os SC serão capazes de imitar o modo como funciona o pensamento humano. Em algum momento, as máquinas ficarão autoconscientes, com capacidade de raciocinar e resolver problemas.
IA fraca — está mais interessada em simular as ações humanas independentemente de como os SC funcionam internamente. A ênfase está em aprimorar o Teste de Turing, que visa enganar o interlocutor, de modo que não saiba identificar se conversa com uma pessoa ou com uma máquina.
O que é Inteligência?
Essa é uma pergunta complexa que não tem uma resposta única e consensual, mesmo no meio científico. No entanto, vamos trabalhar com duas definições para, na sequência, fazer alguns apontamentos espíritas.
Allan Kardec definiu assim: “A inteligência se revela por atos voluntários, refletidos, premeditados, combinados, de acordo com a oportunidade das circunstâncias. É incontestavelmente um atributo exclusivo da alma.” (itálicos do original) [1]
Já na Psicologia, pode-se afirmar que a inteligência é a “capacidade de usar o conhecimento para argumentar, tomar decisões, dar sentido aos acontecimentos, resolver problemas, compreender ideias complexas, aprender rapidamente e adaptar-se aos desafios ambientais.” (itálicos nossos) [2]
As definições acima têm alguma similitude e de alguma forma são complementares. O que precisamos destacar, no trecho de Kardec, é a afirmação categórica que encerra a citação. Segundo o entendimento do Espiritismo, pensamentos e inteligência são atributos da alma. É uma posição filosófica espiritualista. A tal ponto se considera a inteligência como um atributo essencial do espírito, que este é definido como o princípio inteligente do Universo. [3]
Na filosofia espírita, a palavra pensamento é empregada para designar todos os fenômenos mentais, que acontecem na alma e nunca fora dela. É a alma que pensa e desenvolve a inteligência. Por fenômenos mentais, compreende-se: raciocínio, sentimentos, memória, imaginação, desejos, percepções, vontade etc.
Toda essa conceituação é importante para construir interpretações espíritas do tema em exame, pois dizer Inteligência Artificial, para a Doutrina Espírita, é uma metáfora. Somente o ser espiritual é inteligente e pensa. Nada que seja material tem nem terá essa capacidade, pois é resultado da forma como Deus criou espírito e matéria. A inteligência é uma propriedade exclusiva da alma, conforme observou Kardec.
Por mais sofisticados que se tornem os SC e a IA, continuarão sempre como produtos da inteligência humana. As simulações tendem a se aperfeiçoar de modo que certamente irão nos surpreender, mas ainda assim serão artifícios de natureza material, desprovidos de inteligência. Adotamos uma posição rigorosa da origem da inteligência, o que a limita ao escopo da dimensão espiritual.
Exercício da mediunidade
Outro aspecto ainda a ser analisado é a influência da IA na psicografia. Desde os primórdios das pesquisas espiritualistas, as fraudes e o charlatanismo desafiam os investigadores. Em tempos de abundância de dados acessíveis via internet e textos gerados via computacional, esse desafio fica ainda mais forte. Atualmente, é muito mais fácil obter informações de pessoas, tanto das falecidas quanto das encarnadas.
Assim sendo, fica mais difícil controlar o conteúdo psicografado, identificar se tem origem espiritual, se o conjunto de referências é resultado de pesquisas na web ou se os textos foram realizados por alguma IA generativa. As ferramentas de pesquisa precisam ser mais sofisticadas, de análise de textos, de plágios e de tratamento estatístico.
Mas também pode-se persistir no velho hábito de usar o lápis para a psicografia, com folhas que o médium só manipule durante o transe mediúnico. É um procedimento experimental simples e eficaz. Sempre que possível, a depender do interesse e do rigor de uma pesquisa, dar preferência às psicografias presenciais.
Vários picaretas usam bancos de dados pagos da internet para obter informações das pessoas que pedem psicografias, além de consultar ativamente seus perfis nas mídias sociais. Desconfie de médiuns que psicografam ao vivo pela internet, pois diminui o controle da ação e aumenta a chance de fraudes computacionais, com o uso de softwares.
Finalmente, retomando o valor do lápis na mão, evitando-se usar o computador, pois desse modo se retira um elemento de dúvida, bastante complexo, e aproxima o fenômeno da sua base empírica. São precauções sugeridas para lidar com IA e reduzir as chances de ser enganado com o uso dessas ferramentas oriundas do avanço dos SC.
— — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — — –
A nova era da IA nos coloca frente a mudanças de paradigmas no trabalho, na escola, na produção de saberes, na convivência social. É esperado que essas tecnologias aumentem a desigualdade social e a concentração de poder. Os sistemas de IA podem perpetuar ou amplificar inadvertidamente os preconceitos da sociedade devido a dados de treinamento tendenciosos ou design algorítmico. É um desafio considerável, e que precisa ser enfrentado, de “incutir” valores éticos em sistemas de IA, especialmente em contextos de tomada de decisão com consequências significativas.
A confiança excessiva em sistemas de IA pode levar à perda de criatividade, habilidades de pensamento crítico e intuição humana. Encontrar um equilíbrio entre a tomada de decisão assistida por IA e a autonomia humana é vital para preservar nossas habilidades cognitivas.
···
Notas:
[1] A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo > A Gênese > Capítulo III — O bem e o mal > O instinto e a inteligência. > 12. Autor: Allan Kardec. Editora: LAKE.
[2] Ciência Psicológica > Capítulo 8: Raciocínio, linguagem e inteligência > 8.4 Como entendemos a inteligência? Autores: Michael Gazzaniga, Todd Heatherton e Diane Halpern. Editora: Artmed.
[3] O Livro dos Espíritos > Livro Primeiro > Capítulo II — Elementos gerais do Universo > Espírito e Matéria > 23 e 24. Autor: Allan Kardec. Editora: IDE.
Fonte:
